Orientação profissional começa no ensino médio

Antecipar a reflexão entre os adolescentes pode aumentar as chances de uma carreira profissional bem-sucedida.

 

Atualmente, existem quase sete milhões de jovens inscritos no ensino médio público e privado do Brasil. Finalizado o curso, a maioria parte para a graduação e a cada ano se formam mais de um milhão de jovens, muitos dos quais vão direto para o mercado de trabalho. Este, por sua vez, apresenta um enorme leque de opções, com centenas de novas carreiras surgidas nas últimas décadas, deixando o jovem ainda mais indeciso – uma dúvida que sempre existiu, embora hoje seja ainda maior, diante da variedade de alternativas e de um novo cenário muito mais competitivo.

“Se perguntarmos a eles se almejam uma carreira de sucesso, certamente a resposta será unânime. Mas o que é uma carreira bem-sucedida?”, questiona a coordenadora do Departamento de Gestão de Carreiras da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), Simone Tavit Panossian Vilela, que realiza um trabalho de orientação de carreiras com alunos de várias escolas privadas do ensino médio de São Paulo.

Alguns jovens decidem optar pela continuidade dos negócios da família; outros buscam novas alternativas para enriquecer; e há quem pense que ser famoso é chegar ao topo da felicidade. “Por isso é necessário despertar no jovem a necessidade de refletir e buscar respostas com seriedade e sinceridade”, afirma Simone.

No contato com os alunos é possível mensurar o quanto eles estão envolvidos no processo de descoberta de suas carreiras profissionais. Mas, nessa caminhada percebe-se que o jovem atua, muitas vezes, como um piloto automático sem muita ideia para onde ir. E, quando sabem, não conseguem explicar o porquê da escolha. Para minimizar a angústia dessa fase da vida, Simone sugere que o jovem procure se conhecer melhor – suas habilidades, anseios, expectativas. Na sequência, pesquise com profundidade cursos e faculdades e, por fim, tente se imaginar trabalhando naquele segmento por um bom tempo com disposição e alegria.

“Existem pontos básicos que devem ser considerados para se aproximar daquilo que mais tem a ver com cada pessoa”, observa. De acordo com seu raciocínio, muitas pessoas, mesmo não tendo a oportunidade de planejar seu caminho, encontraram algo que as satisfaça e as remunera bem, por uma boa dose de sorte e de perseverança. Mas, esta não é a regra e nem a realidade da maioria.

Família: primeiro grande influenciador

Outro ponto que merece ser observado é a falta de uma presença mais expressiva dos pais na formação educacional e profissional de seus filhos. Mesmo sem intenção, o comportamento dos pais pode gerar jovens alienados, inseguros e sem o costume de pensar sobre suas ações. “Não que os pais não ofereçam palpites ou até imposições, mas é preciso ir além, por meio de uma conversa saudável, em forma de diálogo, sem julgamento e com viés de aconselhamento”, sugere.

A família é o primeiro grande influenciador. Por isso, deve aproveitar a oportunidade para se aproximar do jovem. Um caminho, de acordo com a coordenadora, é estudar, em parceria com os filhos, sobre os demais fatores como: mercado, tendências, recursos, instituições de ensino, habilidades e expectativas, contribuindo assim para o nascimento de uma nova, poderosa e bem sucedida geração de profissionais.

“O estudante que tem a possibilidade de reconhecer o que influencia na escolha de sua carreira profissional, ponderando, refletindo e decidindo por aquilo que mais se encaixa ao seu perfil, talento, recursos e principalmente sonhos, reúne mais probabilidade de alcançar uma carreira bem-sucedida. Potencialmente, todos ganham com isso – a família, o segmento em que ele atuará, a escola que o formou e, com toda certeza, até o nosso País”, conclui Simone.

 

FONTE: Olhae

Link: https://olhae.net/educacao/orientacao-profissional-comeca-no-ensino-medio

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